sábado, 21 de junho de 2008

DVD: Mc Marcinho realiza seu dvd na terceira tentativa!

Júlia Pedro
Depois de duas tentativas das quais ele não gostou do resultado, recebeu uma nova proposta para gravar (essa no Scala). Era preciso complementar então seria realizado um novo show marcado para o final do mês de abril, mas infelizmente, no início deste mesmo mês de 2006, aconteceu o acidente que deixou marcas duras e a gravação precisou ser adiada. Marcinho, então, deixou o tempo passar para poder fazer a melhor escolha: gravar o DVD embalando corações apaixonados, no palco do Circo Voador.
O DVD Intitulado "TUDO É FESTA", contou com muitas participações especiais: Sandra de Sá, Mc Sapão e vários amigos do início do movimento funk. E as participações não param por ai: a família também estará presente em algumas faixas do DVD.
Além disso, Regina Casé esteve presente em toda a gravação para entrevistar Marcinho, onde ele contarou sua história, parte de sua vida antes de conseguir gravar sua primeira música e da emoção de poder realizar um DVD com qualidade, num local cultural, sem fugir de suas raízes.
Marcinho faz parte da história do funk verdade, do funk que leva romance, alegria e diversão pra dentro das casas, festas e para as pistas das boates brasileiras, sem ter do que se envergonhar.
Filho de sambista, Marcinho começou de brincadeira. Viu uma galera participar de alguns festivais e resolveu "entrar na dança". Compôs seu primeiro Rap, O Rap do Solitário. Nascia ali um enorme sucesso! Marcinho foi o vencedor do festival e sua música entrou na programação das rádios. O ainda menino Marcio André começava a fazer shows encantando e conquistando muitos Fãs.
Em seu repertório estão canções como Rap do Solitário, Princesa, Quero Você, Glamurosa, Garota Nota 100, Porque te amo, Se não fosse o Funk, Sonhos, Motivos da vida, Catucar, Zona Oeste, Tudo é Festa dentre muitas outras novidades, como a regravação de Casinha Branca.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

"Homens do Mar" em exposição na Caixa Cultural


Viviane Temperine
A Caixa Cultural exibe, entre os dias 24 de junho e 27 de julho, a exposição "Mar de Homens", do fotógrafo Roberto Linsker. A mostra apresenta uma seleção de momentos épicos do cotidiano dos pescadores do Brasil. As imagens capturadas pelas lentes de Linsker mostram de forma documental a tradição pesqueira de comunidades que têm a pesca como atividade de sibsistêncial. Ao todo são 33 fotografias selecionadas pelo curador da pinacoteca do estado de São Paulo, Diógenes Maia.

O Fotógrafo Renan Oliveira se diz muito ansioso para a abertura da exposição: "Estou muito interessado nessa exposição, e curioso também. Amo fotografar em preto e branco e o tema é muito interessante."

Durante oito anos, Linsker registrou a vida e a realidade de pescadores de todo o litoral brasileiro. As imagens resultaram na criação de dois livros, o "Mar de homens" e o "Mar de outra terra", que serão lançados na abertura da exposição.

Quem deseja conhecer melhor o projeto e ainda aproveitar a exposição pode assistir gratuitamente à palestra "Mar de Homens, um projeto de longa duração", que será ministrada pelo próprio fotógrafo no dia 24 de junho, Às 18h. "Já fiz minha inscrição para a palestra e acredito que essa mostra pode me ensinar muito sobre a arte da fotografia", declara Renan.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo telefone 2544-4080 ou pelo e-mail
remairj01@caixa.gov.br. Mais informações no site www.caixacultura.com.br

Serviço:
Caixa Cultural
Avenida Almirante Barroso, 25 Térreo.
De 24 de junho a 27 de junho, de terça a domingo, das 10h às 22h.
Entrada Franca. Voltar

Interação homem, objeto e natureza em cartaz no espaço Oi Fututo


Viviane Temperine
Oi Futuro apresenta, até o dia 29 de julho, a exposição "É de sua natureza", do arquiteto Marcos Chaves. A mostra exibe imagens fotográficas, vídeos e sons que abordam o vínculo entre a natureza e o urbano, o natural e o artificial.

A idéia do artista surgiu depois de longos anos visitando as Paineiras, observando objetos eruditos e populares e a vivência das pessoas nas ruas. Marcos Chaves afirma não se interessar em construir coisas, mas sim em extrair um objeto comum de seu ambiente funcional, mudando seu contexto lógico.

"Nasci no bairro de Santa Tereza e sempre gostei de objetos urbanos, como os banquinhos de rua e as calçadas, por serem estéticos e ingênuos. Com o tempo, percebi que seria interessante analisar as pessoas e a natureza, e foi o que fiz: liguei a reação e vida das pessoas há natureza e ao urbano. É minha homenagem ao Rio de Janeiro", afirma Chaves.

O encanto da exposição começa antes mesmo de chegar à galeria, com a peça "Risos contidos", um contêiner instalado no Largo do Machado que emite risadas. Na entrada da galeria, um painel de sinalização chama atenção de quem chega. É a primeira vez que o edifício ganha uma intervenção na fachada.

Outra obra que deixa o público intrigado é um painel com uma grande árvore enroscada em uma grade. O visitante, ao se aproximar, percebe várias imagens sobrepostas. "Cada imagem tem seu ponto de fuga: é a construção da cidade interagindo", explica Marcos.

A exposição traz ainda um conjunto de 24 imagens independentes que remetem à sobrevivência da natureza no meio urbano, além de vídeos interativos. "A exposição tem esse nome porque cada um tem sua própria natureza. É a natureza em si, porque é da natureza do ser humano viver, se enroscar, rir...", comenta o artista.

A mostra fica em cartaz até o dia 29 de julho, de terça a domingo, das 11h às 20h, no nível 1 no Oi futuro, que fica na Rua Dois de Dezembro, 63, Flamengo. Entrada gratuita .Voltar

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Exposição comemora 50 anos da primeira vitória do Brasil em Copa do Mundo

Arina Paiva
O Centro Cultural Justiça Federal exibe entre os dias 6 e 29 de junho a exposição 58: Meio Século de Glória. A mostra é uma comemoração pelos 50 anos em que o Brasil se tornou campeão mundial de futebol pela primeira vez, na Copa do Mundo de 1958. Ao todo são 43 fotografias cedidas pela Agência O Globo que registram os jogadores em campo e fora de campo, a torcida e as comemorações.

Para o engenheiro Cláudio Ribeiro, a exposição trás a emoção de relembrar jogadores que marcaram a sua época. “Fiquei emocionado de ver imagens de craques como a Garrincha, Vavá, Didi e, é claro, Pelé. Esses jogadores me lembram de um momento muito bom do futebol brasileiro”. A Copa que foi realizada na Suécia e iniciada no dia 4 de junho de 1958, ano em que jogadores como Pelé ficaram conhecidos.

O curador da exposição é o fotógrafo Fernando Maia e a idéia da mostra é do, também fotógrafo, Ricardo Horta. Para assistir as cenas registradas em fotografia da Copa de 58, o CCJF fica na Avenida Rio Branco, 241, Cinelândia e pode ser visitado de terça a domingo, das 12h às 19h. Mais informações através do telefone 3261.2550 ou pelo site CCJF.

Leia Mais:

Exposição interativa “Tudo o que a gente vê ou toca tem história”

Arina Paiva

A mostra gratuita que comemora os 10 anos do grupo Os tapetes contadores de história, reúne diversas atividades como exposição, palestra, oficinas e sessões de histórias na exposição interativa Tudo o que a gente vê ou toca tem história. O grupo integra a oralidade, literatura, artes visuais e objetos plásticos para contar histórias.

“Os visitantes poderão conferir e manusear uma série de objetos-cenários como tapetes, painéis, malas, aventais, saias, vestidos, teares, caixas de pano, e jogos interativos para inventar histórias”, conta o coordenador do projeto Carlos Eduardo Cinelli. Cada obra apresentada na exposição é baseada em um livro e vem acompanhada dele.

De acordo com o coordenador Cinelli, os painéis e objetos exibidos na exposição foram feitos pelos próprios integrantes do grupo, por um grupo de artesãs peruanas da Associación de Arpilleras Taller Santa Julia e pelo artesão francês Tarak Hamman.

A exposição interativa é feita para crianças e adultos, que podem encontrar oficinas e apresentações. “A exposição interativa é para todas as idades. Temos sessões de histórias para escolas durante a manhã e a tarde, para crianças 16h e 17h e para adultos às 19h. Esta última tem uma outra linguagem, mas também não deixamos de usar os materiais plásticos como suporte”, conta o coordenador.

O grupo é composto por atores e arte-educadores formados em Artes Cênicas pela Uni-Rio, que desde 1998 se especializam nos conteúdos referentes à arte de contar histórias, animação de formas, teatro, literatura e educação, tendo participado de oficinas, festivais, seminários, simpósios e encontros no Brasil e no exterior. Eles são: Andrea Pinheiro, Carlos Eduardo Cinelli, Edison Mego, Helena Contente, Ilana Pogrebinschi, Rosana Reátegui, Warley Goulart.

O grupo Os tapetes contadores de história já levou seu trabalho para diversos lugares do Brasil, como Brasília, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte e Recife. E fora do país também, como Portugal, Espanha, México, Argentina e Peru.

Serviço:
Caixa Cultural do Rio de Janeiro
Av. Almirante Barroso, 25 - térreo.
31 de maio a 13 de julho de 2008.
De terça a domingo, 10h às 22h.
Informações: (21) 2544.4080
Visitas guiadas para escola com agendamento prévio.

Leia Mais:

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Oi Futuro Apresenta Ivens Machado na mostra “ENCONTRO/DESENCONTRO”

Viviane Temperine

Após 30 anos, o artista visual Ivens Machado retoma seu trabalho em vídeo na exposição “ENCONTRO/DESENCONTRO”, no Oi Futuro. A mostra é uma retomada para o artista, um dos precursores da vídeo arte no Brasil. Consagrado Ivens já participou de eventos importantes no Brasil e no exterior, sendo a mais recente a Bienal do Mercosul, além de expor em diversos paises do mundo.

“ENCONTRO/DESENCONTRO” mostra mais de sete vídeos realizados pelo artista na década de 70, que foram restaurados nos Estados Unidos especialmente para esta exposição. “É surpreende ver que as produções de 74 não envelheceram. Como mudei o rumo da minha carreira, não via essas obras há muito tempo. Produzi muito material na década de 70, revendo eles hoje, nessa mossa mostra, admito que fiquei muito surpreso”, orgulha-se Ivens.

A exposição está estruturada em vídeos documentais, fotografias e as vídeos instalações “Perseguição”, “Encontro/Desencontro” e “Ordem Unida”, cujo o artista mostra todo seu envolvimento com a vídeo arte. No exterior do elevador panorâmico o vídeo “Perseguição” chama atenção do público, um projetor que percorre toda a extensão do elevador, exibe as imagens de uma mulher sendo perseguida por quatro homens. Já a vídeo arte “ENCONTRO/DESENCONTRO”, que é o nome da exposição, retrata uma platéia assistindo um homem nu pendurado. “Tivemos muito trabalho para reorganizar os vídeos, na época que foram criados não existia cortes, os recursos eram pequenos, tive o dobro do trabalho. Mas estou maravilhado com a receptividade das pessoas”, emociona-se o artista.

A mostra fica aberta ao público de terça a domingo, das 11 às 20h. Térreo, elevador panorâmico e níveis 4 e 5. Entrada gratuita. Voltar

Serviço: Oi Futuro
Rua Dois de Dezembro, 63. Flamengo


Leia Mais:

Oi Futuro

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Reciclando o Olhar: na novela Duas Caras e no CCJF

Arina Paiva

Com 25 anos de trabalho no seu currículo, o artista plástico Sérgio Cezar volta ao Centro Cultural da Justiça Federal com a exposição Reciclando o olhar. A mesma arte mostrada na abertura da novela Duas Caras, da Globo. A primeira vez que expôs no CCJF foi em 2006, agora, dois anos depois, o principal diferencial está no público que vê sua arte. A diversidade é grande, advogados, meninos de rua, aposentados, mães com crianças.

A exposição é uma amostra do patrimônio urbano do Rio de Janeiro, a reunião de casas e prédios antigos. “Meu objetivo é fazer com que as pessoas valorizem o local onde estão e as próprias pessoas. Precisamos ter consciência do valor histórico e precisamos cuidar”, conta Sérgio Cezar. O material usado pelo artista plástico é recolhido na rua, ou seja, além do trabalho de arte, existe o trabalho de reaproveitamento do lixo.

As casas feitas por Sergio Cezar vão sendo construídas entorno do material reciclado. “Uma das casas que está nessa exposição foi criada em função de um sapatinho de Cinderela que eu encontrei no lixo. Vi que era uma peça interessante e fui construindo uma casa para o sapatinho”, relata o artista plástico.

Apesar das casas não terem pessoas, os personagens dos casarões, prédios, cortiços, lojas, comércios, motéis, estão subentendidos em cada cena. Em algumas casas é o varal estendido com roupas, em outro é o botequim aberto e também as luzes acessas. Segundo Sérgio Cezar, “os personagens do lugar estão representados”.

Normalmente, Sergio leva uma semana para construir uma casa grande. Seu trabalho começa logo de manhã, mas para construir a cidade mostrada na abertura da novela apresentada pela Globo, Duas Caras, foram 28 dias de trabalho e a colaboração de 9 pessoas. Foram 28 dias que essas pessoas moraram no atelier do artista plástico para poder trabalhar dia e noite.

“A parte mais difícil na construção da cidade para a abertura da novela foi a montagem no estúdio para gravar. Montamos uma cidade de 8m por 2m60, quando chegamos no estúdio tinha um palco de 64m. A única exigência que me fizeram, foi que eu não usassem arte gráfica, apenas no prédio, então tivemos que completar todo o palco com sucata. Não dormimos e mal comemos. Foram 14 mil janelas, 20 mil portas e muito mais”, descreve Sérgio Cezar.


Serviço:
Exposição “Reciclando o Olhar”.
Local: Centro Cultural de Justiça Federal.
Endereço: Av. Rio Branco, 241 – Centro.
Horário: De terça a domingo, 12h às 19h.
Entrada franca / Classificação livre.


Leia Mais:
Globo Comunidade
RJ TV
Globo.com
EGO
Vídeo Show

segunda-feira, 26 de maio de 2008

De peito aberto contra o câncer




Fabiana de Jesus






Com mais de cinqüenta painéis fotográficos, a exposição “De peito aberto”, está de volta ao Rio de Janeiro depois de ter passado por Porto Alegre, Brasília e Salvador. A exibição elaborada pelo o fotógrafo Hugo Lenzi e a jornalista Vera Golik, retrata a dor e a descoberta do câncer de mama. Mas o sofrimento não é o foco principal da exposição, nela também pode ser vista a felicidade das mulheres que venceram a batalha contra a doença.

As fotos revelam todo o turbilhão de emoção que várias mulheres brasileiras passam diariamente. Na exposição foram fotografadas mais de trinta mulheres, entre vinte e sete a sessenta e dois anos, que mostraram, através das lentes de Hugo, a marca feminina, como as perdas dos cabelos e a retirada da mama.

“As imagens são fortes e marcantes. Eu acho muito importante ter uma exposição dessa no nosso país. Muitas mulheres não costumam ir ao médico periodicamente, e por muitas vezes elas descobrem que já estão com a doença avançada, e muitas não sobrevivem muito tempo. Essa exposição é uma conscientização para as mulheres”, explica a ginecologista Paula Martins.

A exposição conta com palestras de profissionais da saúde, que orientam a prevenção da doença e explica como as mulheres e as suas famílias podem lhe dar quando o câncer de mama surge.

A exposição se encontra na Caixa Cultural, Av. Chile, número 230, 3° andar, Centro da Cidade. Dos dias 25 de março até o dia 1° de junho. De terças as sextas, de 10 da manhã às 18 horas / Sábados e domingos, das 11 da manhã às 15 horas. Entrada franca.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Galeria em Ipanema “expõe” poesia

Ivonteh Merlin

A poesia sai dos livros e invade as paredes na mostra “Poesia na Galeria”, que reúne vários poemas de 12 jovens escritores, entre 20 e 35 anos, de quatro diferentes estados do país, e da contista Maria de Lourdes Coimbra. As poesias estão lotadas a partir do teto e invadem o chão, como se saíssem diretamente das páginas dos livros e se derramasse sobre as paredes.

Martha Pimenta de Moraes é coordenadora do Projeto Poesia na Cândido Mendes e - na noite da inauguração da exposição - comentou estar feliz com a iniciativa. “O objetivo era o de ver a poesia fora das estantes. Queremos recuperar o espaço para a poesia e a troca de conhecimento, por meio de novas experimentações”.

A exposição ainda conta com a presença da obra Caixa Casa Corpo - que reúne vários contos, alguns deles expostos na parede -, de Maria de Lourdes Coimbra, diretora da Galeria de Arte do Centro Cultural Cândido Mendes desde o final dos anos 70, acompanhado por desenhos de Maria do Carmo Secco. Os poemas são obras da nova safra de poetas do início deste novo milênio: Alice Sant' Anna, Ana Rüsche, Angélica Freitas, Augusto de Guimaraens Cavalcanti, Bruna Beber, Dirceu Vila, Domingos Guimaraens, Luiz Felipe Leprevost, Mariano Marovatto, Marília Garcia, Omar Salomão e Vitor Paiva.

Domingos Guimaraens é poeta e artista visual, um dos incentivadores da união entre a poesia e a arte, estava presente na inauguração. “Quando fui convidado pela Martha de Moraes para organizar a exposição, vendo o histórico deste Centro Cultural e conhecendo o trabalho de Maria de Lourdes Coimbra, imediatamente aceitei o convite sabendo que reuniríamos aqui uma grande mostra para oferecer ao público”, conclui Guimaraens. Voltar
Leia Mais

Babinski volta ao Rio de Janeiro depois de 30 anos para expor suas gravuras e fala de suas decepções


Arina Paiva

Depois de 30 anos, o artista Maciej Babinski volta ao Rio de Janeiro para apresentar a exposição ‘Babinski Gravuras’ e segue afirmando, “Não exponho para os críticos, exponho para o público. A arte é para ser sentida e vista depois de pronta”. A exposição reúne 70 gravuras feitas por Babinski até 1986 e entre elas estão obras do período que morou no Rio de Janeiro.

Babinski nasceu na Polônia, mas se naturalizou brasileiro em 1959 e hoje mora no Ceará. Aos 77 anos, Babinski reúne trabalhos como professor, gravador, ilustrador, pintor e desenhista, entretanto, declara que é a gravura a linguagem que sempre o atraiu. E apesar de ter pintado coisas sub-humanas, como o próprio artista classifica sua pintura de seres metade humana, metade animal, o que prefere pintar são paisagens, que aparece significativamente em toda sua obra.

“O que pintamos tem a ver com o momento, com nossa psíqui. Por isso não gosto de dizer que a arte é produzida, artista não é operário. Quando me perguntam o que estou produzindo, apensa digo que estou fazendo alguma coisa”, conta Babinski.

O artista, que usa material adquirido na zona rural cearense, também declara que nunca planeja o que vai pintar. “Eu luto contra a inércia. Às vezes o que me dá inspiração é um dia lindo ou uma música. Então compro uma tela e deixo parada, de repente faço um traço e quando não tenho mais nada para fazer, faço uma arte”.

Ao ser perguntado se a inspiração de suas gravuras com mulheres nuas vinham da mulher brasileira, Babinski conta apenas que essas gravuras sempre causaram polêmica e demonstra sua decepção, “Nós demos passos para trás. Não estou falando da arte pornográfica, não estou dizendo que não pode, pode também, mas estou falando do corpo nu retratado. No passado isso era comum. No Renascimento havia corpo nu por todo lado. Agora quem tem coragem de pintar um nu e pôr na sala?”.

Veja Mais:
Caixa Cultural
Município de Várzea Alegre
Enciclopédia Itaú Cultural
Banco Central do Brasil – Galeria Virtual

Serviço:
Exposição “Babinski Gravuras”.
Data: 07 de maio a 15 de junho de 2008.
Local: Caixa Cultural do Rio de Janeiro – Galeria 1.
Endereço: Av. Almirante Barroso, 25 – Centro.
Horário: De terça a domingo, 10h às 22h.
Entrada franca / Classificação livre.

domingo, 11 de maio de 2008

Caixa Cultural apresenta Sertão contemporâneo

Viviane Temperine

A exposição “Sertão Contemporâneo” aberta na Caixa cultural, mostra o trabalho inédito de quatro artistas sobre as regiões sertanejas do Brasil. A idéia que partiu do curador Marcelo Campos, foi levar o quarteto a uma expedição artística pelo sertão, a fim de documentar a natureza botânica e paisagística, relacionando a arte atual com a visão nacional.


Os artistas, Brígida Baltar, Efrain Almeida, José Rufino e Roselangela Rennó viajaram cada um para uma região brasileira, no período de janeiro de 2007 a fevereiro de 2008, registrando um Brasil com olhar da contemporaneidade. Assim como cada um seguiu caminhos diferentes, seus trabalhos tiveram focos e formas diferenciadas, cada arte tem sua narrativa e maneira de expressar sua visão do sertão.

Na mostra, Brígida Baltar utiliza pó de tijolo para desenhar nas paredes da galeria, como uma fotografia pintada da região de Juazeiro do Norte, o cenário da artista. Efrain Almeida registrou a cidade de Mossoró, no sertão do Rio Grande do Norte, utiliza fotos e desenhos e objetos talhados em madeira, para retratar o cotidiano.

José Rufino viajou da cidade de João pessoa ao sertão de Sousa e Cajazeiras. Na exposição apresenta desenhos pintados com carvão, fotografias e objetos como ossos humanos. Rosângela Rennó retratou Minas Gerais, diferentes dos outros, Rennó utiliza registros dos fotógrafos Léo Drummond e João Castilho no sertão minero e Odilon Comodoro e Joel Castilho, no sertão paulista. Mostrando uma serie de imagens de redemoinhos, em diferente momentos, do surgimento ao desaparecimento, como um relato de momento.


As peças ficam alocadas em seqüência, com uma construção uma tanto perturbadora. Pinturas nas paredes, ossos pelo chão, olhos da Santa talhados em um prato de madeira, deixam os visitantes um tanto confuso, mas impressionados com o pouco conhecido do sertão. Também é possível ver vídeos do cineasta Glauber Rocha, ícone do Cinema Novo, que retratam bem os sertões do Brasil.

Serviço: Caixa Cultural do Rio de Janeiro
Local: Caixa Cultural do Rio de Janeiro
Endereço: Av. Almirante Barroso, 25 – Centro.
Terça a domingo das 10 ás 22 horas.
Entrada franca.

Voltar

















segunda-feira, 28 de abril de 2008

Diálogo concreto: design e construtivismo no Brasil






Arina Paiva

‘Diálogo concreto’, como o próprio nome diz, é uma exposição onde 12 artistas apresentam suas peças de design, como tentativa de conversar com o público, mostram seus trabalhos realizados numa época de mudança no país. Os designers fizeram parte do movimento concreto e neoconcreto, que aconteceu no Brasil na década de 1950.

Época da explosão da arte brasileira, em que Juscelino Kubitschek era presidente da República e prometeu ao povo 50 anos de evolução em apenas 5 anos. Com o seu “Programa de Metas” o presidente queria modernizar o Brasil construindo indústrias de base e de bens de consumo.

Estão na lista de designers da exposição: Abraham Palatnik, Alexandre Wollner, Almir Mavignier, Aluisio Carvão, Amílcar de Castro, Antônio Maluf, Geraldo de Barros, Lygia Clark, Lygia Pape, Mary Vieira, Willys de Castro e Waldemar Cordeiro. Com muita criatividade esses designers levaram para os produtos industrializados e de circulação de massa: cartazes, jornais, embalagens, logomarcas, estampas em tecido.

Lygia Pape formulou toda a identidade visual com cortes e dobras diferentes para embalagens de biscoitos e massas da marca Piraquê. A artista também participou da 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no Museu de Arte Moderna de São Paulo e no Ministério da Educação e Cultura, no Rio.

Também estão na exposição peças de decoração e jogos desenvolvidas por Abraham Palatnik. Ele foi o pioneiro na arte cinética no Brasil, uma espécie de trabalhos de artes criados com a idéia de movimento, suas obras contêm em geral instalações elétricas que criam jogos de luzes e movimento.

Alexandre Wollner marcou o design brasileiro com as latas de sardinha da marca Coqueiro que aparecem para o público através de fotografias. Waldemar Cordeiro criou brinquedos com estruturas de concreto e formatos geométricos para o playground do Clube Espéria, em São Paulo e também aparecem na exposição através de fotografias.

O artista mineiro Amílcar de Castro mudou-se para o Rio de Janeiro em 1953 e começou seu trabalho como diagramador das revistas Manchete e A Cigarra. Em 1957 fez parte da reforma gráfica do Jornal do Brasil, que aparece na exposição.

A idéia de design também é acompanhada pela disposição das artes na exposição. As embalagens de biscoitos aparecem em papel grande, como um tipo de papel de presente, presos num rolo do teto ao chão. Uma tela multimídia mostra cartazes feitos por designers. Jornais de épocas diferentes mostra a evolução no seu design. E depoimentos de profissionais fazem o público sentar para assistir um vídeo.

Serviço:
Exposição “Diálogo concreto: design e construtivismo no Brasil”.
Local: Caixa Cultural do Rio de Janeiro – Galeria 3.
Endereço: Av. Almirante Barroso, 25 – Centro.
Horário: De terça a domingo, 10h às 22h.
Entrada franca / Classificação livre.

Leia Mais:
Abraham Palatnik
USP
ITAÚ Cultural
Design Brasil
UERJ
Amilcar de Castro

domingo, 27 de abril de 2008

Trabalhos do cineasta Candeias é apresentado em mostra no Rio de Janeiro

Viviane Temperine
A Caixa Cultural apresenta "Restropectivas Ozualdo R. Candeias", cineasta percussor do Cinema Marginal. A mostra especial expõe o trabalho completo com longas, médias e curtas-metragens, vídeos, uma série para TV com doze episódios, além de palestras e uma sessão com filmes amadores dos anos 50 e 60, recém encontrados. Que proporciona ao público a oportunidade de conhecer e assistir as filmagens do diretor.

Ozualdo R. Candeias destacava-se por sua ousadia e provocação, causando um choque e até um certo alienamento no telespectador sobre o que estava acontecendo no filme. Sua primeira filmagem foi o curta "Tambau - cidade dos milagres" em 1955. Porém Candeias só passou a ser reconhecido no mercado cinematográfico doze anos depois com o filme "A margem". O cineasta faleceu ano passado, aos 88 anos.

Os visitantes poderão ver filmes como o longa A margem (1967), A herança (1971), A freira e a tortura (1983). É possível encontrar também médias metragens como Candinho (1976) e O acordo (1968), filmes que contam a era da ditadura militar, e curtas metragens como Rodovias (1962) e Senhor Pauer (1988), entre tantos outros.

Na abertura, além da exibição de filmes inéditos, foi lançado o livro-catálogo Ozualdo R. Candeiras, que contou com a importantes colaboradores. A obra é referência do trabalho do diretor, cuja filmografia vai além de 30 filmes.

Para a cinéfila e estudante de Cinema Vanessa de Souza, essas apresentações tem grande importância social e cultural para os cariocas, estudantes e amantes da arte, pois é possível se aprofundar no mundo mágico das telonas. “É uma oportunidade incrível conhecer essas preciosidades do mundo cinematográfico, e tornar parte dessa evolução do cinema nacional" emociona-se. A mostra fica aberta ao público até o final de abril com entrada franca.

Serviço: CAIXA Cultural RJ – Cinemas 1 e 2 Av. Almirante Barroso, 25, Centro - Tel: 21 2544-4080Sessões: 14h, 16h, 18h e 20hDebates: Dias 2 e 4, às 18hClassificação etária: Livre, 14, 16 e 18 anos. Voltar

segunda-feira, 14 de abril de 2008

David Lachapelle em a mostra inédita no Rio


Tatiana Amaral

David LaChapelle, o mestre das cores e dos efeitos especiais e o queridinho das estrelas hollywoodianas apresenta no Rio de Janeiro a exposição Heaven to Hell - Belezas e desastres que vai estar em cartaz até o dia 4 de maio, no Espaço Oi Futuro.

De acordo com Márcio Batista, responsável pelo espaço, a exposição está sendo freqüentada por pessoas de diversas idades e estilos. “É uma honra expor as fotos desse mestre da fotografia”. A estudante de moda, Denise Higino, comentou que as fotos são surpreendentes. “Adorei a parte onde só tinha fotos com belas modelos num cenário catastrófico”.

A amostra reúne 25 fotos, dos 20 anos de trabalho de Lachapelle, oito videoclipes dirigidos por ele para diversos artistas como: Moby, Macy Gray, Jennifer Lopez, Elton John, Gwen Stefani, Christina Aguilera e No Doubt, além de uma versão inédita do documentário em longa-metragem "Rize",sobre o movimento sócio-cultural em torno do krumping, uma dança de rua surgida em Los Angeles.

Serviço:
Heaven To Hell: Belezas e DesastresVai até o dia 4 de maio, terça a domingo
Espaço Oi Futuro
Rua Dois de Dezembro, 63
Terça a domingo, das 11 às 20h
Informações: (21) 3131-3060
Leia Mais:

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Antônio Parreiras: A história de um pintor contada por ele mesmo






Arina Paiva

Antônio Parreiras foi um pintor que encantou o público da sua época com seus quadros e ainda hoje continua deslumbrando. “Antônio Parreiras foi um grande paisagista”, declara o funcionário público Marcelo Medeiros admirando as pinturas. E ainda observa: “A textura de cada tela transforma cada imagem”. A exposição “Antônio Parreiras: história de um pintor contada por ele mesmo” trás uma renovação ao contar com a própria arte do autor a história de sua vida.

Antônio Parreiras iniciou seus estudos sobre arte em 1883, como aluno amador na Academia Imperial de Belas Artes no Rio de Janeiro. Até a sua morte em 1937, produziu trabalhos de pintura a carvão; a óleo como o quadro “Dois Panoramas da Baía de Guanabara”; com crayon produziu “Praia Brasileira”; com têmpera fez o quadro “Rochedos do Alto Mar”; com grafite produziu em 1921 “Éolo”; e de fusain (tipo de carvão para pintura) pintou em 1925 “Figuras com violoncelo”; entre outros.

A exposição apresenta também os estudos feitos por Antônio Parreiras antes de começar a pintar, ressaltando cada detalhe pensado e imaginado. Mostrando assim, o aperfeiçoamento do próprio autor da pintura. A mostra inclui estudos feitos pólo pintor para a decoração do Instituto Nacional de Música do Rio de Janeiro e a própria decoração do Instituto e do Conservatório de Música de Belo Horizonte.

Também estão incluídas na exposição, fotos de Antônio Parreiras no seu ateliê e o original, datilografado e revisada pelo próprio autor, do livro “História de um pintor contada por ele mesmo”, livro que inspirou a exposição, além da 2° edição do livro datada de 1943. Com a curadoria de Piedade Grinberg, as pinturas que retratam o Rio de Janeiro no final do século XIX e início do século XX, podem ser vistas até o dia 27 de abril na Caixa Cultural do Rio de Janeiro.
Voltar.


SERVIÇO:

Exposição “Antônio Parreiras – História de um pintor contada por ele mesmo”.
Data: 18 de março a 27 de abril de 2008.
Local: Caixa Cultural do Rio de Janeiro - Galeria 1.
Endereço: Av. Almirante Barroso, 25 – Centro.
Horário: De terça a domingo, 10h às 22h.
Entrada franca / Classificação livre.

Leia Mais:
Caixa Culrural
Pitoresco
Escritório de Arte

Areliquia
Wikipedia

Os Trópicos em exposição






Arina Paiva

O mundo tropical exalta a curiosidade de muitos por seu exotismo, diversidade e clima. É exatamente esse mundo de imagens diferentes que a exposição “Os Trópicos – Visões a partir do centro do Globo”, revela. Com a mistura de arte antiga e contemporânea, a exposição se torna inovadora e inusitada e constrói uma ponte entre o passado e o atual.

O Centro Cultural Banco do Brasil apresenta a exposição com cerca de 130 obras, com trabalhos das regiões tropicais da Ásia, Oceania, África e América Latina, do Museu Etnológico de Berlim, considerado um dos mais importantes do mundo. A mostra evidencia que quando a arte é verdadeira ela permanece, não importa se foi produzida hoje ou há 200 anos, afirma a artista plástica Joana Batista, que fez questão de conferir a exposição pessoalmente.

Com a curadoria de Alfons Hug, Viola König e Peter Junge, a exposição reúne trabalhos de mais de 21 artistas contemporâneos nacionais e estrangeiros que se misturam com obras do passado através de esculturas, fotografias, instalações, pinturas e vídeos atuais. A mostra é dividida em cinco grupos temáticos: Natureza e Paisagem, Imagens do Ser Humano, Poder e Conflito, Cor e Abstração e Sons dos Trópicos.


O “Furor Latino” é representado por Pilar Albarracín, que fez um vídeo com música típica e uma mulher que passa o tempo todo dançando. Mas o diferencial está no close do vídeo, os seios da mulher que ao final trazem uma surpresa. Os rituais também aparecem através de vídeos. Um berimbau elétrico surpreende no meio do caminho. O público senta e assiste a dois vídeos simultaneamente com imagens que retratam o mundo, isso criado por Marcel Odenbach em “Em águas clamas crocodilos guardam a presa”.

Roupas típicas também fazem parte do espetáculo, como o “Manto da noiva” (Odahni). Feito na Índia, na segunda metade do século XX, com seda bordada com linha de metal e pérolas. Fernando Bryce apresenta a séria “Mar do Sul”, com figuras que parecem saídas de histórias pitorescas. Também faz parte da exposição a conhecida “Cabeça de Buda”, da Tailândia, feita de bronze no século XIV. Fiona Tan com sua videoinstalação “Chuva”, provoca a curiosidade dos estudantes Marcelo e Eduardo na procura por erros. “É um jogo de sete erros”, diz Marcelo
Duarte. Já para Eduardo Silva, “o problema está na posição que você vê a cena”.

A Indonésia, Índia e África são representadas com grandes máscaras de povos nativos de meados do século XX. Da Nova Guiné uma madeira entalhada e pintada que representa a figura de um espírito de caça. Sua sombra reflete garras prontas para atingir sua caça. Thomas Struth do Peru leva para tela a beleza do verde da floresta. Cândida Höfer na série “Jardim Zoológico” retrata pedaços de um zoológico em seus detalhes.
Voltar

Serviço:
Exposição “Os Trópicos – visões a partir do centro do globo”
Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Primeiro de Março, 66 - Centro
De terça a domingo, das 10h às 21h.
Classificação livre / Entrada franca

Leia Mais:
Centro Cultural do Banco do Brasil
Museu do Índio

segunda-feira, 31 de março de 2008

Exposição mostra a arte de misturar tecnologia e criatividade

Viviane Temperine

Quem acredita que arte e tecnologia não andam juntas, precisa conhecer a exposição VIRaVER, que está montada no CCJF (Caixa Cultura da Justiça Federal). De uma criatividade sem igual, a artista plástica Ivani Pedrosa, criou um ambiente envolvente e muito curioso, na sala ampla, imagens de um cotidiano que muitas pessoas não conseguem enxergar.

A exposição “VIRaVER” trás uma serie de imagens e ângulos que muitas vezes apressados as pessoas não reparam, valorizando a beleza de um dos centros culturais mais antigos e conhecidos do Rio de Janeiro, o CCJF. Registrados com a câmera de um aparelho celular, o da própria artista, ela captou detalhes que normalmente passam desapercebidos, como vitrais, telhado, pisos antigos e escada.

A idéia surgiu como uma urgência estética, apaixonada pelo estabelecimento, viu nos pequenos detalhes, grandiosas imagens que precisavam aparecer “Quando olhei a situação pensei: tenho que fotografar isso, e não tinha uma máquina disponível. Mas eu tinha um celular, então comecei a fotografar e não parei mais. Montei o projeto porque tem detalhes riquíssimos aqui. Queria chamar a atenção do observador para arquitetura, para o local, mas também mostrar o trabalho através do celular”, revela Ivani.

A mostra contém dez séries compostas de 312 fotografias com trabalhos em transparência, acrílico, telas que parecem pinturas, alocadas de forma irreverente com diversos fotogramas que lembram um filme de cinema. “Estou muito orgulhosa, gosto da forma como ficou colocada. Foi tudo minuciosamente pensado, o resultado ficou do jeitinho que eu queria”, emociona-se a artista.

A mostra está aberta ao público de terça a domingo da 10 às 21h, no Centro Cultural da Justiça Federal. Voltar

quarta-feira, 19 de março de 2008

Cinema e resistência

Natasha Frota
Os cinéfilos de plantão retornam a antológica cinemateca do MAM, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Agora, revivem as décadas de 60, 70 e 80, no apogeu das transições político-sociais e voltam a se deparar com as conflituosas questões da juventude brasileira. Durante o mês de março, estudantes, curiosos, intelectuais, artistas e saudosistas dos antigos movimentos populares percorrem esta rara mostra “Cinema brasileiro lado B”.

Da ditadura à abertura da democracia, nomes de respaldo alimentam esta exibição, que atravessa a historiografia do mais puro cinema social brasileiro. Passa por Nelson Pereira do Santos, o precursor do Cinema Novo, a cineastas com filmes inéditos como José Agripino de Paula, com Hitler terceiro mundo e Nativa Solitária de Rômulo Person. Além de obras únicas, como dos diretores Antunes Filho e Henfil, que só realizaram um filme na vida.

Cinema expressivo ontem e hoje

A primeira fase do Cinema Novo, 1960 à 1964, é caracterizada pelo relato do cotidiano do povo brasileiro e pela mitologia do nordeste. Na segunda, contesta os equívocos da política desenvolvimentista e da ditadura, de 1964 à 1968. A última fase, até 1978, segue influenciada pelo tropicalismo. Em decorrência de grande repressão aos cineastas brasileiros surge o cinema marginal, que deixa de lado à ética e as formas lineares do Cinema Novo para exaltar o tosco e o deboche da situação cultural e social do país.

Para cantora Roberta Mossi, 25 anos, a mostra é importante para entender os problemas sócio-culturais da época e os de hoje. Apesar de serem realizados com baixo custo, proporcionam reflexão e debates em sociedade. “Gostaria que fossem mais procurados pelos jovens da minha idade, mas a falta de conservação de alguns filmes dificulta o entendimento, como problemas no áudio e imagens” – afirma a cantora.

Já para o poeta e escritor Inácio Enokibara, 55 anos, o processo de realização, a conservação da película, o momento histórico, os atores e o olhar do autor são verdadeiras aulas de história. A riqueza destes filmes encontra-se neste quase amador formato e o claro teor de protesto e insatisfação com a sociedade da época.

Segundo a bilheteria da mostra, o público que assiste ao circuito é flutuante. Tem dias que o espaço de cinema recebe um número razoável, porém nunca lota. A cinemateca tem espaço para 180 lugares e a entrada é franca.

Outras informações:
cinemateca@mamrio.org.br - 2240 4913

Ver programação:
www.mamrio.org.br

segunda-feira, 17 de março de 2008

Exposição sensorial

Arina Paiva
Chelpa Ferro é um grupo formado por três artistas que, de suas trajetórias artísticas individuais, reúnem pedaços de vários lugares e os transformam em ritmos, timbres e texturas sonoras variadas. Com essa idéia, o grupo montou a exposição sensorial “Jungle Jam”.

Cada artista trás uma característica singular: Barrão, na construção de objetos únicos feitos de cacos; Luiz Zerbini, na criação de pinturas que articulam tradições diversas; Sergio Mekler, na edição de imagens filmadas de uma maneira nunca vista, quando haveria sempre muitas outras possibilidades de atá-las.

Em uma grande sala Jungle Jam é apresentada. São dezenas de peças idênticas, nas paredes e formando uma linha horizontal que corre por toda a sala. Cada peça é feita de um pequeno motor, com uma sacola plástica presa na sua extremidade por um pino. Assim que ligados os aparelhos, o motor faz esses pinos girarem junto com a sacola. O resultado é uma mistura de cores, movimentos e sons, já que as sacolas batem na parede.

Os movimentos não seguem um padrão de repetição. Na verdade, tudo é controlado por uma grande caixa que fica no canto da sala, distribuindo movimentos aleatórios. Essa caixa recebeu do grupo o nome de “cabeção”, por ser um importante comandante.

Para o estudante Antônio Cunha, “o movimento das sacolas plásticas coloridas trás uma beleza inusitada e um susto por não saber de onde virá o próximo movimento. Nunca tinha visto nada parecido”. Voltar

Leia Mais:

Museu Nogueira da Silva

Chelpa Ferro


Brasilea


Greenpeace

Belezas naturais retratadas na exposição Serra da Canastra

Viviane Temperine
Visando documentar a vida dos lobos-guará na região próxima ao Rio São Francisco, o fotógrafo Adriano Gambarini começou sua jornada pela Serra da Canastra. Com quinze anos de profissão e destacado como fotografo de natureza da atualidade, Adriano mostra através de imagens fotográficas o ambiente, com suas características naturais, fauna e flora, e a cultura e religiosidade do povo local.


A exposição "Serra da Canastra" trás pela primeira vez, uma serie de imagens e ângulos já mais visto, valorizando a beleza da região desde suas particularidades naturais quanto humanas. Registrados ao longo de sete anos, com uma criatividade irreverente, Adriano Gambarini retrata através da sua lente, um dos lugares mais especiais do Brasil.

Um dos objetivos dessa exposição é levar ao máximo de pessoas imagens pouco conhecidas da Serra, seu viés pela fotografia antropológica, na busca de imagens de cultura, pessoas, retratos e modos de vida que à população só sabe de sua existência, através das notícias na televisão. “A Serra da Canastra é um dos lugares mais fantásticos que conheci, não isoladamente por uma característica ou outra, mas pelo conjunto de belezas naturais, e um povo acolhedor. Meus projetos sempre envolvem algo maior, a minha relação humana com o lugar, com a natureza da região. Por isto os projetos demoram tanto. Fotografar um lugar é fácil, viver o lugar, se tornar parte dele, é outra coisa", revela Gambarini.

A mostra tem apresentação de cerca de 33 fotografias coloridas que retratam o amor e a dedicação por uma natureza pouco conhecida. Essa a relação entre fotografia e natureza atrai olhares, como o da estudante Mariana Valejjos, "Fiquei apaixonada pelas fotos, são belíssimas, o fotógrafo foi criativo e retratou imagens maravilhosas", comenta a estudante. Porém essa exposição é apenas uma pequena mostra de um projeto maior. Tudo foi elaborado com a intenção de criar o livro Serra da Canastra, que foi publicado em 2007.

Para quem deseja ver as imagens, a mostra fica aberta ao público na Caixa Cultural, Avenida Almirante Barroso, Galeria 1, de terça a domingo das 10h ás 21h. Entrada Franca. Voltar

Imagens Captadas por um gênio da Fotografia

Enildo do Rosário
Os amantes da fotografia estão encantados com a beleza do Rio de Janeiro do século passado. Nunca poderiam imaginar que paisagens geniais, vistas deslumbrantes e monumentos que marcaram a história que vemos nos dias de hoje estão muito vivos na memória.Considerado um dos fotógrafos mais importante do país, o franco-brasileiro Marc Ferrez deixou um legado para ser apreciado e analisado e fazer uma viagem num Brasil que não existe mais.

A mostra que está sendo realizada no Centro Cultural Banco do Brasil, Família Ferrez: novas revelações tem 396 fotos inéditas e que também são assinadas por Luciano, Júlio e Gilberto Ferrez.

Segundo uma das curadoras da exposição Julia Peregrino, o material estava acondicionado em sacos ou álbuns, sem identificação, e era apenas para "consumo doméstico". "Propusemos higienizá-los, digitalizá-los e catalogá-los. Você ver oito mil negativos não são poucas imagens para selecionar. E a grande dificuldade foi cortar e fazer a síntese disso – Comenta Peregrino.

Já para o aluno de comunicação Social, Cláudio Guilherme é uma oportunidade de conhecer um pouco da história da nossa cidade e imaginar como era viver num lugar sem violência, paz e tranqüilidade- "Pra mim que amo fotografia é um olhar afetuoso sobre tempos que não voltam mais"- Afirma Cláudio.

Outro curador da exposição vai além do imaginário para falar dos Ferrez: "Eles tinham uma qualidade técnica profissional, mas faziam fotografias apenas por prazer, já que não tinham necessidade de viver da prática fotográfica", explica Pedro Vasques.A exposição Família Ferrez: novas revelações está no CCBB até o dia 27 de abril. O CCBB fica na Rua 1 de março 66, Centro, e funciona de terça a domingo das 10h ás 21h. a entrada é franca, e o telefone para maiores informações é (21) 3808-2020