segunda-feira, 31 de março de 2008

Exposição mostra a arte de misturar tecnologia e criatividade

Viviane Temperine

Quem acredita que arte e tecnologia não andam juntas, precisa conhecer a exposição VIRaVER, que está montada no CCJF (Caixa Cultura da Justiça Federal). De uma criatividade sem igual, a artista plástica Ivani Pedrosa, criou um ambiente envolvente e muito curioso, na sala ampla, imagens de um cotidiano que muitas pessoas não conseguem enxergar.

A exposição “VIRaVER” trás uma serie de imagens e ângulos que muitas vezes apressados as pessoas não reparam, valorizando a beleza de um dos centros culturais mais antigos e conhecidos do Rio de Janeiro, o CCJF. Registrados com a câmera de um aparelho celular, o da própria artista, ela captou detalhes que normalmente passam desapercebidos, como vitrais, telhado, pisos antigos e escada.

A idéia surgiu como uma urgência estética, apaixonada pelo estabelecimento, viu nos pequenos detalhes, grandiosas imagens que precisavam aparecer “Quando olhei a situação pensei: tenho que fotografar isso, e não tinha uma máquina disponível. Mas eu tinha um celular, então comecei a fotografar e não parei mais. Montei o projeto porque tem detalhes riquíssimos aqui. Queria chamar a atenção do observador para arquitetura, para o local, mas também mostrar o trabalho através do celular”, revela Ivani.

A mostra contém dez séries compostas de 312 fotografias com trabalhos em transparência, acrílico, telas que parecem pinturas, alocadas de forma irreverente com diversos fotogramas que lembram um filme de cinema. “Estou muito orgulhosa, gosto da forma como ficou colocada. Foi tudo minuciosamente pensado, o resultado ficou do jeitinho que eu queria”, emociona-se a artista.

A mostra está aberta ao público de terça a domingo da 10 às 21h, no Centro Cultural da Justiça Federal. Voltar

quarta-feira, 19 de março de 2008

Cinema e resistência

Natasha Frota
Os cinéfilos de plantão retornam a antológica cinemateca do MAM, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Agora, revivem as décadas de 60, 70 e 80, no apogeu das transições político-sociais e voltam a se deparar com as conflituosas questões da juventude brasileira. Durante o mês de março, estudantes, curiosos, intelectuais, artistas e saudosistas dos antigos movimentos populares percorrem esta rara mostra “Cinema brasileiro lado B”.

Da ditadura à abertura da democracia, nomes de respaldo alimentam esta exibição, que atravessa a historiografia do mais puro cinema social brasileiro. Passa por Nelson Pereira do Santos, o precursor do Cinema Novo, a cineastas com filmes inéditos como José Agripino de Paula, com Hitler terceiro mundo e Nativa Solitária de Rômulo Person. Além de obras únicas, como dos diretores Antunes Filho e Henfil, que só realizaram um filme na vida.

Cinema expressivo ontem e hoje

A primeira fase do Cinema Novo, 1960 à 1964, é caracterizada pelo relato do cotidiano do povo brasileiro e pela mitologia do nordeste. Na segunda, contesta os equívocos da política desenvolvimentista e da ditadura, de 1964 à 1968. A última fase, até 1978, segue influenciada pelo tropicalismo. Em decorrência de grande repressão aos cineastas brasileiros surge o cinema marginal, que deixa de lado à ética e as formas lineares do Cinema Novo para exaltar o tosco e o deboche da situação cultural e social do país.

Para cantora Roberta Mossi, 25 anos, a mostra é importante para entender os problemas sócio-culturais da época e os de hoje. Apesar de serem realizados com baixo custo, proporcionam reflexão e debates em sociedade. “Gostaria que fossem mais procurados pelos jovens da minha idade, mas a falta de conservação de alguns filmes dificulta o entendimento, como problemas no áudio e imagens” – afirma a cantora.

Já para o poeta e escritor Inácio Enokibara, 55 anos, o processo de realização, a conservação da película, o momento histórico, os atores e o olhar do autor são verdadeiras aulas de história. A riqueza destes filmes encontra-se neste quase amador formato e o claro teor de protesto e insatisfação com a sociedade da época.

Segundo a bilheteria da mostra, o público que assiste ao circuito é flutuante. Tem dias que o espaço de cinema recebe um número razoável, porém nunca lota. A cinemateca tem espaço para 180 lugares e a entrada é franca.

Outras informações:
cinemateca@mamrio.org.br - 2240 4913

Ver programação:
www.mamrio.org.br

segunda-feira, 17 de março de 2008

Exposição sensorial

Arina Paiva
Chelpa Ferro é um grupo formado por três artistas que, de suas trajetórias artísticas individuais, reúnem pedaços de vários lugares e os transformam em ritmos, timbres e texturas sonoras variadas. Com essa idéia, o grupo montou a exposição sensorial “Jungle Jam”.

Cada artista trás uma característica singular: Barrão, na construção de objetos únicos feitos de cacos; Luiz Zerbini, na criação de pinturas que articulam tradições diversas; Sergio Mekler, na edição de imagens filmadas de uma maneira nunca vista, quando haveria sempre muitas outras possibilidades de atá-las.

Em uma grande sala Jungle Jam é apresentada. São dezenas de peças idênticas, nas paredes e formando uma linha horizontal que corre por toda a sala. Cada peça é feita de um pequeno motor, com uma sacola plástica presa na sua extremidade por um pino. Assim que ligados os aparelhos, o motor faz esses pinos girarem junto com a sacola. O resultado é uma mistura de cores, movimentos e sons, já que as sacolas batem na parede.

Os movimentos não seguem um padrão de repetição. Na verdade, tudo é controlado por uma grande caixa que fica no canto da sala, distribuindo movimentos aleatórios. Essa caixa recebeu do grupo o nome de “cabeção”, por ser um importante comandante.

Para o estudante Antônio Cunha, “o movimento das sacolas plásticas coloridas trás uma beleza inusitada e um susto por não saber de onde virá o próximo movimento. Nunca tinha visto nada parecido”. Voltar

Leia Mais:

Museu Nogueira da Silva

Chelpa Ferro


Brasilea


Greenpeace

Belezas naturais retratadas na exposição Serra da Canastra

Viviane Temperine
Visando documentar a vida dos lobos-guará na região próxima ao Rio São Francisco, o fotógrafo Adriano Gambarini começou sua jornada pela Serra da Canastra. Com quinze anos de profissão e destacado como fotografo de natureza da atualidade, Adriano mostra através de imagens fotográficas o ambiente, com suas características naturais, fauna e flora, e a cultura e religiosidade do povo local.


A exposição "Serra da Canastra" trás pela primeira vez, uma serie de imagens e ângulos já mais visto, valorizando a beleza da região desde suas particularidades naturais quanto humanas. Registrados ao longo de sete anos, com uma criatividade irreverente, Adriano Gambarini retrata através da sua lente, um dos lugares mais especiais do Brasil.

Um dos objetivos dessa exposição é levar ao máximo de pessoas imagens pouco conhecidas da Serra, seu viés pela fotografia antropológica, na busca de imagens de cultura, pessoas, retratos e modos de vida que à população só sabe de sua existência, através das notícias na televisão. “A Serra da Canastra é um dos lugares mais fantásticos que conheci, não isoladamente por uma característica ou outra, mas pelo conjunto de belezas naturais, e um povo acolhedor. Meus projetos sempre envolvem algo maior, a minha relação humana com o lugar, com a natureza da região. Por isto os projetos demoram tanto. Fotografar um lugar é fácil, viver o lugar, se tornar parte dele, é outra coisa", revela Gambarini.

A mostra tem apresentação de cerca de 33 fotografias coloridas que retratam o amor e a dedicação por uma natureza pouco conhecida. Essa a relação entre fotografia e natureza atrai olhares, como o da estudante Mariana Valejjos, "Fiquei apaixonada pelas fotos, são belíssimas, o fotógrafo foi criativo e retratou imagens maravilhosas", comenta a estudante. Porém essa exposição é apenas uma pequena mostra de um projeto maior. Tudo foi elaborado com a intenção de criar o livro Serra da Canastra, que foi publicado em 2007.

Para quem deseja ver as imagens, a mostra fica aberta ao público na Caixa Cultural, Avenida Almirante Barroso, Galeria 1, de terça a domingo das 10h ás 21h. Entrada Franca. Voltar

Imagens Captadas por um gênio da Fotografia

Enildo do Rosário
Os amantes da fotografia estão encantados com a beleza do Rio de Janeiro do século passado. Nunca poderiam imaginar que paisagens geniais, vistas deslumbrantes e monumentos que marcaram a história que vemos nos dias de hoje estão muito vivos na memória.Considerado um dos fotógrafos mais importante do país, o franco-brasileiro Marc Ferrez deixou um legado para ser apreciado e analisado e fazer uma viagem num Brasil que não existe mais.

A mostra que está sendo realizada no Centro Cultural Banco do Brasil, Família Ferrez: novas revelações tem 396 fotos inéditas e que também são assinadas por Luciano, Júlio e Gilberto Ferrez.

Segundo uma das curadoras da exposição Julia Peregrino, o material estava acondicionado em sacos ou álbuns, sem identificação, e era apenas para "consumo doméstico". "Propusemos higienizá-los, digitalizá-los e catalogá-los. Você ver oito mil negativos não são poucas imagens para selecionar. E a grande dificuldade foi cortar e fazer a síntese disso – Comenta Peregrino.

Já para o aluno de comunicação Social, Cláudio Guilherme é uma oportunidade de conhecer um pouco da história da nossa cidade e imaginar como era viver num lugar sem violência, paz e tranqüilidade- "Pra mim que amo fotografia é um olhar afetuoso sobre tempos que não voltam mais"- Afirma Cláudio.

Outro curador da exposição vai além do imaginário para falar dos Ferrez: "Eles tinham uma qualidade técnica profissional, mas faziam fotografias apenas por prazer, já que não tinham necessidade de viver da prática fotográfica", explica Pedro Vasques.A exposição Família Ferrez: novas revelações está no CCBB até o dia 27 de abril. O CCBB fica na Rua 1 de março 66, Centro, e funciona de terça a domingo das 10h ás 21h. a entrada é franca, e o telefone para maiores informações é (21) 3808-2020