segunda-feira, 28 de abril de 2008

Diálogo concreto: design e construtivismo no Brasil






Arina Paiva

‘Diálogo concreto’, como o próprio nome diz, é uma exposição onde 12 artistas apresentam suas peças de design, como tentativa de conversar com o público, mostram seus trabalhos realizados numa época de mudança no país. Os designers fizeram parte do movimento concreto e neoconcreto, que aconteceu no Brasil na década de 1950.

Época da explosão da arte brasileira, em que Juscelino Kubitschek era presidente da República e prometeu ao povo 50 anos de evolução em apenas 5 anos. Com o seu “Programa de Metas” o presidente queria modernizar o Brasil construindo indústrias de base e de bens de consumo.

Estão na lista de designers da exposição: Abraham Palatnik, Alexandre Wollner, Almir Mavignier, Aluisio Carvão, Amílcar de Castro, Antônio Maluf, Geraldo de Barros, Lygia Clark, Lygia Pape, Mary Vieira, Willys de Castro e Waldemar Cordeiro. Com muita criatividade esses designers levaram para os produtos industrializados e de circulação de massa: cartazes, jornais, embalagens, logomarcas, estampas em tecido.

Lygia Pape formulou toda a identidade visual com cortes e dobras diferentes para embalagens de biscoitos e massas da marca Piraquê. A artista também participou da 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, no Museu de Arte Moderna de São Paulo e no Ministério da Educação e Cultura, no Rio.

Também estão na exposição peças de decoração e jogos desenvolvidas por Abraham Palatnik. Ele foi o pioneiro na arte cinética no Brasil, uma espécie de trabalhos de artes criados com a idéia de movimento, suas obras contêm em geral instalações elétricas que criam jogos de luzes e movimento.

Alexandre Wollner marcou o design brasileiro com as latas de sardinha da marca Coqueiro que aparecem para o público através de fotografias. Waldemar Cordeiro criou brinquedos com estruturas de concreto e formatos geométricos para o playground do Clube Espéria, em São Paulo e também aparecem na exposição através de fotografias.

O artista mineiro Amílcar de Castro mudou-se para o Rio de Janeiro em 1953 e começou seu trabalho como diagramador das revistas Manchete e A Cigarra. Em 1957 fez parte da reforma gráfica do Jornal do Brasil, que aparece na exposição.

A idéia de design também é acompanhada pela disposição das artes na exposição. As embalagens de biscoitos aparecem em papel grande, como um tipo de papel de presente, presos num rolo do teto ao chão. Uma tela multimídia mostra cartazes feitos por designers. Jornais de épocas diferentes mostra a evolução no seu design. E depoimentos de profissionais fazem o público sentar para assistir um vídeo.

Serviço:
Exposição “Diálogo concreto: design e construtivismo no Brasil”.
Local: Caixa Cultural do Rio de Janeiro – Galeria 3.
Endereço: Av. Almirante Barroso, 25 – Centro.
Horário: De terça a domingo, 10h às 22h.
Entrada franca / Classificação livre.

Leia Mais:
Abraham Palatnik
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Design Brasil
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Amilcar de Castro

domingo, 27 de abril de 2008

Trabalhos do cineasta Candeias é apresentado em mostra no Rio de Janeiro

Viviane Temperine
A Caixa Cultural apresenta "Restropectivas Ozualdo R. Candeias", cineasta percussor do Cinema Marginal. A mostra especial expõe o trabalho completo com longas, médias e curtas-metragens, vídeos, uma série para TV com doze episódios, além de palestras e uma sessão com filmes amadores dos anos 50 e 60, recém encontrados. Que proporciona ao público a oportunidade de conhecer e assistir as filmagens do diretor.

Ozualdo R. Candeias destacava-se por sua ousadia e provocação, causando um choque e até um certo alienamento no telespectador sobre o que estava acontecendo no filme. Sua primeira filmagem foi o curta "Tambau - cidade dos milagres" em 1955. Porém Candeias só passou a ser reconhecido no mercado cinematográfico doze anos depois com o filme "A margem". O cineasta faleceu ano passado, aos 88 anos.

Os visitantes poderão ver filmes como o longa A margem (1967), A herança (1971), A freira e a tortura (1983). É possível encontrar também médias metragens como Candinho (1976) e O acordo (1968), filmes que contam a era da ditadura militar, e curtas metragens como Rodovias (1962) e Senhor Pauer (1988), entre tantos outros.

Na abertura, além da exibição de filmes inéditos, foi lançado o livro-catálogo Ozualdo R. Candeiras, que contou com a importantes colaboradores. A obra é referência do trabalho do diretor, cuja filmografia vai além de 30 filmes.

Para a cinéfila e estudante de Cinema Vanessa de Souza, essas apresentações tem grande importância social e cultural para os cariocas, estudantes e amantes da arte, pois é possível se aprofundar no mundo mágico das telonas. “É uma oportunidade incrível conhecer essas preciosidades do mundo cinematográfico, e tornar parte dessa evolução do cinema nacional" emociona-se. A mostra fica aberta ao público até o final de abril com entrada franca.

Serviço: CAIXA Cultural RJ – Cinemas 1 e 2 Av. Almirante Barroso, 25, Centro - Tel: 21 2544-4080Sessões: 14h, 16h, 18h e 20hDebates: Dias 2 e 4, às 18hClassificação etária: Livre, 14, 16 e 18 anos. Voltar

segunda-feira, 14 de abril de 2008

David Lachapelle em a mostra inédita no Rio


Tatiana Amaral

David LaChapelle, o mestre das cores e dos efeitos especiais e o queridinho das estrelas hollywoodianas apresenta no Rio de Janeiro a exposição Heaven to Hell - Belezas e desastres que vai estar em cartaz até o dia 4 de maio, no Espaço Oi Futuro.

De acordo com Márcio Batista, responsável pelo espaço, a exposição está sendo freqüentada por pessoas de diversas idades e estilos. “É uma honra expor as fotos desse mestre da fotografia”. A estudante de moda, Denise Higino, comentou que as fotos são surpreendentes. “Adorei a parte onde só tinha fotos com belas modelos num cenário catastrófico”.

A amostra reúne 25 fotos, dos 20 anos de trabalho de Lachapelle, oito videoclipes dirigidos por ele para diversos artistas como: Moby, Macy Gray, Jennifer Lopez, Elton John, Gwen Stefani, Christina Aguilera e No Doubt, além de uma versão inédita do documentário em longa-metragem "Rize",sobre o movimento sócio-cultural em torno do krumping, uma dança de rua surgida em Los Angeles.

Serviço:
Heaven To Hell: Belezas e DesastresVai até o dia 4 de maio, terça a domingo
Espaço Oi Futuro
Rua Dois de Dezembro, 63
Terça a domingo, das 11 às 20h
Informações: (21) 3131-3060
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segunda-feira, 7 de abril de 2008

Antônio Parreiras: A história de um pintor contada por ele mesmo






Arina Paiva

Antônio Parreiras foi um pintor que encantou o público da sua época com seus quadros e ainda hoje continua deslumbrando. “Antônio Parreiras foi um grande paisagista”, declara o funcionário público Marcelo Medeiros admirando as pinturas. E ainda observa: “A textura de cada tela transforma cada imagem”. A exposição “Antônio Parreiras: história de um pintor contada por ele mesmo” trás uma renovação ao contar com a própria arte do autor a história de sua vida.

Antônio Parreiras iniciou seus estudos sobre arte em 1883, como aluno amador na Academia Imperial de Belas Artes no Rio de Janeiro. Até a sua morte em 1937, produziu trabalhos de pintura a carvão; a óleo como o quadro “Dois Panoramas da Baía de Guanabara”; com crayon produziu “Praia Brasileira”; com têmpera fez o quadro “Rochedos do Alto Mar”; com grafite produziu em 1921 “Éolo”; e de fusain (tipo de carvão para pintura) pintou em 1925 “Figuras com violoncelo”; entre outros.

A exposição apresenta também os estudos feitos por Antônio Parreiras antes de começar a pintar, ressaltando cada detalhe pensado e imaginado. Mostrando assim, o aperfeiçoamento do próprio autor da pintura. A mostra inclui estudos feitos pólo pintor para a decoração do Instituto Nacional de Música do Rio de Janeiro e a própria decoração do Instituto e do Conservatório de Música de Belo Horizonte.

Também estão incluídas na exposição, fotos de Antônio Parreiras no seu ateliê e o original, datilografado e revisada pelo próprio autor, do livro “História de um pintor contada por ele mesmo”, livro que inspirou a exposição, além da 2° edição do livro datada de 1943. Com a curadoria de Piedade Grinberg, as pinturas que retratam o Rio de Janeiro no final do século XIX e início do século XX, podem ser vistas até o dia 27 de abril na Caixa Cultural do Rio de Janeiro.
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SERVIÇO:

Exposição “Antônio Parreiras – História de um pintor contada por ele mesmo”.
Data: 18 de março a 27 de abril de 2008.
Local: Caixa Cultural do Rio de Janeiro - Galeria 1.
Endereço: Av. Almirante Barroso, 25 – Centro.
Horário: De terça a domingo, 10h às 22h.
Entrada franca / Classificação livre.

Leia Mais:
Caixa Culrural
Pitoresco
Escritório de Arte

Areliquia
Wikipedia

Os Trópicos em exposição






Arina Paiva

O mundo tropical exalta a curiosidade de muitos por seu exotismo, diversidade e clima. É exatamente esse mundo de imagens diferentes que a exposição “Os Trópicos – Visões a partir do centro do Globo”, revela. Com a mistura de arte antiga e contemporânea, a exposição se torna inovadora e inusitada e constrói uma ponte entre o passado e o atual.

O Centro Cultural Banco do Brasil apresenta a exposição com cerca de 130 obras, com trabalhos das regiões tropicais da Ásia, Oceania, África e América Latina, do Museu Etnológico de Berlim, considerado um dos mais importantes do mundo. A mostra evidencia que quando a arte é verdadeira ela permanece, não importa se foi produzida hoje ou há 200 anos, afirma a artista plástica Joana Batista, que fez questão de conferir a exposição pessoalmente.

Com a curadoria de Alfons Hug, Viola König e Peter Junge, a exposição reúne trabalhos de mais de 21 artistas contemporâneos nacionais e estrangeiros que se misturam com obras do passado através de esculturas, fotografias, instalações, pinturas e vídeos atuais. A mostra é dividida em cinco grupos temáticos: Natureza e Paisagem, Imagens do Ser Humano, Poder e Conflito, Cor e Abstração e Sons dos Trópicos.


O “Furor Latino” é representado por Pilar Albarracín, que fez um vídeo com música típica e uma mulher que passa o tempo todo dançando. Mas o diferencial está no close do vídeo, os seios da mulher que ao final trazem uma surpresa. Os rituais também aparecem através de vídeos. Um berimbau elétrico surpreende no meio do caminho. O público senta e assiste a dois vídeos simultaneamente com imagens que retratam o mundo, isso criado por Marcel Odenbach em “Em águas clamas crocodilos guardam a presa”.

Roupas típicas também fazem parte do espetáculo, como o “Manto da noiva” (Odahni). Feito na Índia, na segunda metade do século XX, com seda bordada com linha de metal e pérolas. Fernando Bryce apresenta a séria “Mar do Sul”, com figuras que parecem saídas de histórias pitorescas. Também faz parte da exposição a conhecida “Cabeça de Buda”, da Tailândia, feita de bronze no século XIV. Fiona Tan com sua videoinstalação “Chuva”, provoca a curiosidade dos estudantes Marcelo e Eduardo na procura por erros. “É um jogo de sete erros”, diz Marcelo
Duarte. Já para Eduardo Silva, “o problema está na posição que você vê a cena”.

A Indonésia, Índia e África são representadas com grandes máscaras de povos nativos de meados do século XX. Da Nova Guiné uma madeira entalhada e pintada que representa a figura de um espírito de caça. Sua sombra reflete garras prontas para atingir sua caça. Thomas Struth do Peru leva para tela a beleza do verde da floresta. Cândida Höfer na série “Jardim Zoológico” retrata pedaços de um zoológico em seus detalhes.
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Serviço:
Exposição “Os Trópicos – visões a partir do centro do globo”
Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Primeiro de Março, 66 - Centro
De terça a domingo, das 10h às 21h.
Classificação livre / Entrada franca

Leia Mais:
Centro Cultural do Banco do Brasil
Museu do Índio